segunda-feira, 30 de maio de 2011

Hepatites virais em números

Importantes problemas de saúde pública, as hepatites virais apresentam distribuição universal e magnitude que varia de região para região. No Brasil, a maioria dos casos se deve aos vírus A e B. Na região Norte, a infecção conjunta com as hepatites dos tipos B e D também é bastante comum. A hepatite D (ou delta) concentra-se na Amazônia Ocidental, apresentando também uma das maiores incidências em todo o mundo. A infecção pelo vírus da hepatite E ocorre em casos isolados, sem registro de epidemia.
O Ministério da Saúde (MS) vem conduzindo, junto a pesquisadores de universidades federais, estaduais e de secretarias estaduais e municipais de saúde, um inquérito nacional de base populacional nas capitais brasileiras, que irá fornecer a real dimensão da prevalência dessa infecção no conjunto das capitais, por macrorregião. Resultados preliminares de um levantamento do Ministério da Saúde, em convênio com a Universidade de Pernambuco e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), na região Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal mostram:
taxa de infecção moderada de hepatite A ,com prevalência entre 32 e 38% em menores de 10 anos;
taxa de infecção moderada de hepatite C, com prevalência entre 0,9 e 1,9%;
baixa taxa de infecção de hepatite B, com prevalência entre 0,11 e 0,74%.

Boletim epidemiológico
Em 28 de julho de 2010, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais apresentou, pela primeira vez, um documento com os principais números das hepatites virais no país.
Hepatite A – A hepatite A atingiu cerca de 124.687 indivíduos, entre 1999 e 2009, sendo a maioria homens. Mais de 50% dos casos confirmados estão na região Norte e Nordeste. Com o perfil diferente, ela é mais frequente entre crianças abaixo de 5 anos e sua transmissão está ligada à água, alimentos e mãos contaminadas. Na maioria dos casos de hepatite A, o indivíduo recupera-se totalmente, eliminando o vírus do organismo. A insuficiência hepática aguda grave ocorre em menos de 1% dos casos.
Hepatite B - Dados do Ministério da Saúde revelam que de 1999 a 2009 o total de casos confirmados de hepatite B é 96.044. Mais de 50% dos casos se concentram entre indivíduos de 20 e 39 anos e cerca de 90% são agudos.
Hepatite C - O total de casos confirmados de 1999 a 2009 é de 60.908. Muitas vezes o paciente descobre quando vai doar sangue. Em geral, são pessoas que fizeram transfusão até a década de 1980 ou indivíduos que compartilharam seringas. Em geral, a maioria dos casos da hepatite C são descobertos acima dos 30 anos. Os dados alertam para a importância do diagnóstico precoce, pois, quanto mais tarde, maiores são as consequências. Cerca de 70% das hepatites C cronificam.
Perfil regional - As maiores taxas de detecção da hepatite B, no período de 1999 a 2009, são observadas nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte. E, no caso da hepatite C, as maiores taxas de detecção estão na região Sudeste e Sul.
Exames de diagnóstico - A quantidade de exames oferecidos quase triplicou nos últimos cinco anos. Em 2009, foram feitos 9,22 milhões de unidades para diagnósticos de todas as hepatites. Em 2004, foram 3,59 milhões de testes. O Brasil oferece diversos tipos de exames para o indivíduo que suspeita ter a doença. Para isso, basta ir a uma Unidade de Saúde ou um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Hepatite C:

A transmissão vertical (mãe para filho) ocorre em 0 a 35,5% dos partos de mães infectadas, dependendo principalmente da quantidade de vírus circulante no momento do parto e coinfecção com HIV. A taxa de transmissão vertical em geral está entre 4,3 a 5,0%. Há aparente risco maior no parto normal que na cesariana e o aleitamento materno parece ser seguro, mas os estudos em ambos os casos são conflitantes. Não há até o momento nenhuma técnica para reduzir o risco de transmissão para o bebê durante o parto. Após o parto, deve ser realizada sorologia (anti-VHC) do bebê apenas após os 18 meses, pois antes disso os anticorpos detectados no sangue do bebê podem ser os provenientes do sangue da mãe, passados para o feto através da placenta. Há também a possibilidade de coleta de sangue para pesquisa do RNA VHC (pelo PCR) na primeira e na segunda consulta de puericultura (com o pediatra, entre um a dois meses de vida).

Hepatite B:
Recomenda-se no pré-natal a triagem para vírus B da hepatite (HBV). As gestantes com diagnóstico de hepatite B , apresentam risco de transmissão desta infecção para o feto. As taxas de transmissão vertical variam entre 70 a 100% nas pacientes consideradas de maior risco (quando há diagnóstico de replicação viral) e < 10% nas demais pacientes (de baixo risco). Os recém nascidos de gestantes com hepatite B aguda ou crônica devem receber esquema de vacinação contra o HBV e imunoglobulina nas primeiras 12 horas após o nascimento, havendo com essa estratégia uma redução de mais de 90% da transmissão vertical, com índice de cronicidade inferior a 5%. Não há dados na literatura que recomendem, baseados em evidência científica, o tratamento na gestação.

2 comentários:

  1. Olá, blogueiro!
    A melhor prevenção é a informação. Homens e mulheres, de qualquer idade, orientação sexual ou classe social são vulneráveis às hepatites virais e a outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Ajude a divulgar o site do Ministério da Saúde. Lá você encontra informações e ajuda a conscientizar mais pessoas sobre as formas de contágio e prevenção da Hepatite e DSTs, inclusive a Aids. Divulgue: www.aids.gov.br
    Veja o vídeo sobre a Hepatite: http://www.youtube.com/user/lmtanabe?blend=21&ob=5#p/u/4/YhnH4BSpd2U
    Perguntas sobre saúde aqui: http://www.formspring.me/minsaude
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    Atenciosamente,
    Ministério da Saúde.

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