sábado, 14 de março de 2009

Pressão alta na gravidez

Pressão alta
A hipertensão arterial na gestação pode ser detectada em todas as condições citadas acima e agrava-se quando já existia antes da concepção. Pode ainda aparecer sem a menor evidência de doenças prévias por volta da vigésima semana de gravidez, com inchaço de mãos e face, associada à perda de proteínas na urina e à possibilidade de complicações graves, como a eclâmpsia. “Os cuidados nutricionais da gestante hipertensa devem ser iniciados bem antes da concepção, no sentido de atingir e manter um peso ideal, evitando a obesidade".

Se o problema acomete a mulher há tempos, ele deve ser cuidadosamente compensado, permitindo estabilidade hemodinâmica e metabólica para garantir o fluxo sangüíneo da placenta, evitando a progressão de lesões que possam prejudicar a gestante e o feto, bem como a saúde da mãe após o parto.

Por isso, são muito importantes as consultas pré-natais a cada 15 dias, com a orientação do médico obstetra, para acompanhamento da gestação, cuidando, assim, do desenvolvimento fetal e da saúde da mulher, uma vez que o agravamento das alterações metabólicas ocorre à medida em que a gravidez evolui. “O papel da equipe multidisciplinar é fundamental para o desfecho favorável da gestação. Integram essa equipe o ginecologista, o médico nutrólogo, o nutricionista e o psicólogo, todos com o objetivo de orientar a gestante em relação à terapia nutricional e assegurar as boas condições metabólicas da gestação e do parto”.

Orientação nutricional
A orientação nutricional da gestante hipertensa começa pelo cálculo das calorias a serem consumidas diariamente, que não diferem da futura mãe com pressão arterial normal. As necessidades calóricas variam de acordo com a idade, o peso pré-gestacional, o nível de atividade física e o estado nutricional.

A maioria das mulheres em idade adulta necessita ingerir entre 1,8 mil e 2,2 mil calorias por dia. Durante a gestação, essa média se mantém no primeiro trimestre. “Hoje, sabemos que a gestante não precisa comer por dois, porque isso pode levar a um ganho excessivo de peso, assim como não deve tentar emagrecer durante a gestação, pois pode ficar desnutrida, comprometendo o desenvolvimento fetal”.

Durante a gravidez, a partir do segundo trimestre, a mulher, em média, aumenta em 300 calorias por dia o que consome. No terceiro trimestre, o aumento é de 500 calorias. Isso teoricamente produz um ganho de peso de 10kg a 12kg até o término da gestação em mulheres com peso pré-gestacional normal; 12kg a 14kg naquelas abaixo do peso ideal; e no máximo 9kg naquelas com sobrepeso ou obesas.

Hipertensas e o sal
O sal não deve ser liberado durante a gestação, pois dificulta o controle da hipertensão arterial, podendo agravá-la. Isso ocorre porque ele potencializa a retenção de água no organismo.
As recomendações ficam em torno de 2g a 3g por dia, o que corresponde a menos de uma colher de chá, incluindo o sal dos alimentos e aquele utilizado no preparo deles. Esse item da dieta é, geralmente, o mais difícil de ser seguido, uma vez que alimentos industrializados são ricos em sal (duas fatias de presunto = 1,5g de sal; seis bolachas de água e sal = 0,85g de sal).

Importância do cálcio
A suplementação de cálcio ainda causa muita discussão, mas é recomendado o consumo mínimo de três porções de laticínios por dia (uma porção = uma xícara de leite ou iogurte desnatado ou uma fatia de queijo branco magro) para garantir o consumo de cálcio adequado pela gestante hipertensa e por aquelas com histórico de déficit alimentar de cálcio. “A suplementação de 1g a 2g por dia pode ser realizada, pois tem embasamento científico”.

Outras recomendações
Outras medidas também são importantes na terapia nutricional da gestante hipertensa. O abandono do cigarro, a redução do consumo de álcool e a implementação de atividade física aeróbica monitorada são partes fundamentais do tratamento.

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